O Deus da Justiça: Um Estudo de Justiça e Misericórdia Versos Encontrados ao longo da Bíblia

O Deus da Justiça: Um Estudo de Justiça e Misericórdia Versos Encontrados na Bíblia

escalas de justiça e misericórdia
O tema da justiça na Bíblia revela o caráter amoroso e reto de Deus, o nosso próprio fracasso em agir com justiça, os meios pelos quais podemos ser justificados, e a necessidade do povo de Deus amar a justiça.

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No Antigo Testamento encontramos que os termos para juiz, justiça e leis (civis) derivam todos da mesma raiz. Em outras palavras, a justiça está intimamente relacionada e administrada como um padrão legal ideal.

Já o conceito de justiça na Bíblia cobre mais do que punir a má ação. Inclui tratar todas as pessoas não só com justiça, mas também com proteção e cuidado. Deus chama todas as pessoas a buscar justiça para aqueles mais vulneráveis à injustiça sofrida. A Bíblia regularmente combina justiça com agir com justiça e comportar-se com misericórdia, amor, bondade e compaixão.

O Deus da Justiça

Justiça está enraizada no caráter e na criação de Deus:
– “Ele é a Rocha, suas obras são perfeitas, e todos os seus caminhos são justos”. Um Deus fiel que não faz mal, reto e justo é ele” (Deuteronômio 32:4).
– “O Senhor é justo, ele ama a justiça” (Salmos 11:7).
– “O Criador do céu e da terra … sustenta a causa dos oprimidos e … ama os justos” (Salmos 146:6-8).
– “O Senhor Todo-Poderoso será exaltado pela sua justiça” (Isaías 5:16).
– O caráter de Deus inclui um zelo pela justiça que o leva a amar ternamente aqueles que são socialmente impotentes (Salmos 10:14 – 18).

O Chamado do Povo de Deus para agir com justiça

Como representantes de Deus, os juízes são chamados a absolver os inocentes, condenar os culpados e expor falsas acusações e subornos (2 Crônicas 19:5 – 7). Eles não devem distorcer a justiça favorecendo nem os pobres nem os ricos (Êxodo 23:3; Levítico 19:15). Deus também acusa os reis de agirem com justiça e os instrui a cuidarem dos fracos e indefesos. O salmista reza: “Dai ao rei a vossa justiça, ó Deus. . . Que ele julgue o teu povo com justiça, os teus aflitos com justiça” (Salmos 72:1 – 2).

O povo de Deus é exortado a “aprender a fazer o que é reto buscar a justiça” (Isaías 1:17). Quando Jó enfrenta seus acusadores, ele insiste: “Eu me visto de justiça como minha roupa; a justiça era meu manto e meu turbante”. Eu era olhos para os cegos e pés para os coxos. Eu era um pai para os necessitados; assumi o caso do estrangeiro” (Jó 29:14 – 16).

Similiarmente, os profetas se amedrontam com a injustiça e insistem que a adoração correta a Deus não pode existir sem amar a justiça. Amós ameaça o julgamento dos “que oprimem os inocentes e aceitam subornos e privam os pobres da justiça nos tribunais” (Amós 5:12). Zacarias exorta o povo de Deus a “administrar a verdadeira justiça; mostrar misericórdia e compaixão uns para com os outros”. Não oprimais a viúva ou o órfão, o estrangeiro ou o pobre” (Zacarias 7:9 – 10). E Miquéias reoricamente pergunta: “O que o Senhor exige de você? Agir com justiça e amar a misericórdia e caminhar humildemente com seu Deus” (Miquéias 6:8).

Jesus faz eco aos profetas do Antigo Testamento quando ele chama os fariseus para se concentrarem na observância religiosa negligenciando “a justiça e o amor de Deus” (Lucas 11:42). A justiça ocupa um lugar central em todo o seu ensino e ministério. Para Jesus, a falta de preocupação com os pobres não é um pequeno descuido, mas revela que uma pessoa está em desacordo com Deus. Isto é ilustrado na Parábola das ovelhas e cabras onde as verdadeiras ovelhas são aquelas que têm coração para os famintos, os estranhos, os pobres, os doentes e os presos (Mateus 25:35 – 36).

Justiça e bondade de Deus

O tema da justiça, no entanto, levanta dois problemas formidáveis. O primeiro é a necessidade de defender a justiça e a bondade de Deus à luz da injustiça. Como pode um Deus justo tolerar o mal? A Bíblia aborda esta preocupação apontada em Habacuque.

Habacuque queixa-se a Deus de que seu povo está ignorando sua exigência de justiça, e ele se pergunta por que Deus permite que os injustos continuem em sua maldade: “Por que você me faz olhar para a injustiça? Por que você tolera a injustiça? A destruição e a violência estão diante de mim; há contendas, e os conflitos abundam. Portanto, a lei está paralisada, e a justiça nunca prevalece” (Habacuque 1:3 – 4). Habacuque pergunta como a justiça de Deus pode se reconciliar com sua experiência do mundo. A resposta de Deus é que ele nomeou “os babilônios, esse povo implacável e impetuoso” (Habacuque 1:6), para punir seus filhos rebeldes, levando-os ao exílio.

Não é de se surpreender que isso levante outro dilema moral para o profeta: A Babilônia é ainda mais perversa que Judá (Habacuque 1,13)! Como Deus poderia usar uma ferramenta tão vil, aqueles que são “uma lei para si mesmos” (Habacuque 1,7)? Deus garante a Habacuque que ele acabará julgando os babilônios. Enquanto isso, o justo deve esperar pacientemente, permanecer leal a Deus e confiar em Deus para se mostrar como justo. Nas palavras de Habacuque 2:4, um versículo do Novo Testamento cita três vezes (Romanos 1:17; Gálatas 3:11; Hebreus 10:38), “a pessoa justa viverá pela sua fidelidade”.”

Justiça e o Dia do Juízo

Habakkuk expressa a preocupação da Bíblia em defender a justiça e a bondade de Deus, mas um segundo problema é mais pessoal: se Deus é justo, como você e eu podemos estar diante dele no dia do juízo? Tanto o Antigo Testamento como o Novo Testamento concordam: “ninguém vivendo é justo antes” (Salmos 143:2) e “não há ninguém justo, nem sequer um” (Romanos 3:10).

A única excepção a este veredicto arrebatador é Jesus Cristo. No relato de Lucas sobre a crucificação, o centurião na cruz conclui: “Certamente este era um homem justo” (Lucas 23,47). Atos repete esta conclusão. Pedro acusa as multidões judias, dizendo: “Deserdastes o Santo e Justo e pedistes que vos fosse solto um assassino” (At 3,14; cf. At 7,52). Ananias afirma que Deus escolheu Paulo no caminho de Damasco “para ver o Justo e ouvir palavras da sua boca” (At 22,14). O caráter justo e justo de Jesus o liga com o servo sofredor de Isaías, que traz a salvação: “Ele foi trespassado pelas nossas transgressões, foi esmagado pelas nossas iniquidades” (Isaías 53,5).

O evangelho oferece-nos uma posição justa perante Deus, com base na morte de Jesus no nosso lugar: “Porque Cristo . . . sofreu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para vos levar a Deus” (1 Pedro 3:18). Romanos 3:25 – 26 explica: “Deus apresentou Cristo como sacrifício de expiação, mediante o derramamento de seu sangue – para ser recebido pela fé . . Ele o fez para demonstrar sua justiça no tempo presente, de modo a ser justo e aquele que justifica aqueles que têm fé em Jesus”. O único meio de nossa justificação é confessar nossa falha em viver justamente e confiar na morte e ressurreição de Cristo.

A Bíblia revela o Deus da justiça, que exige justiça de suas criaturas. Ela também dá plena voz aos gritos humanos contra a injustiça e proclama que Deus determina restaurar a justiça para toda a terra.

Edited from an article by Brian S. Rosner in the NIV Biblical Theology Study Bible.

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