Considerações Cirúrgicas Para Hallux Varus

Como todos sabemos, em hallux varus, o primeiro metatarso assume uma posição mediamente desviada e se aproxima da linha média do corpo. Uma deformidade de plano puramente transversal, o hallux varus é a complicação mais comum da cirurgia do hallux valgus.1 A incidência relatada varia de 2 a 17 por cento.2O hálux em varo congênito é tipicamente devido a distúrbios do tecido conjuntivo (ou seja, síndrome de Marfan e síndrome de Ehlers-Danlos) ou está associado à síndrome de Down e a distúrbios neuromusculares (ou seja, paralisia cerebral).2 O hálux em varo adquirido surge mais comumente após a correção cirúrgica de uma deformidade do joanete, mas pode resultar de trauma em que as estruturas laterais são perturbadas.1-3 Observe que a gravidade da condição depende da flexibilidade inerente da deformidade, do tempo decorrido desde a cirurgia inicial, do grau de desequilíbrio musculotendinoso, da quantidade de desalinhamento estrutural e de quaisquer outras desordens subjacentes.2 Analisando mais de perto o hallux varus produzido cirurgicamente, há um punhado de fatores que podem levar à deformidade. Esses fatores incluem:1,2- sobreplicação do tecido capsular articular medial;- deslocamento medial do sesamoide tibial;- sobrepuxamento do músculo abdutor alucino contra uma estrutura adutora alucina/ligamentosa enfraquecida ou ausente;- sobrecorreção por osteotomia ou curativo pós-operatório; – ressecção excessiva da proeminência medial (também conhecida como estaqueamento da cabeça metatarsiana); e/ou – remoção do sesamóide fibular (procedimento de McBride) foi originalmente o culpado mais comum.1,2Estes factores etiológicos nem sempre são evidentes intra-operatoriamente. Deve-se tomar medidas durante o procedimento do joanete corretivo para reduzir as chances de hallux varus, mas infelizmente, não há medida específica para saber se você conseguiu evitar uma deformidade de hallux varus.

O que você deve saber sobre o tratamento

O tipo de tratamento depende da gravidade da deformidade e se é uma deformidade fixa ou flexível.4 Dado que não se pode reduzir uma deformidade fixa por manipulação passiva, os cirurgiões podem corrigir melhor a deformidade por medidas de tecido mole e ósseas. Uma deformidade flexível é suscetível à redução passiva e os cirurgiões frequentemente a corrigem apenas por tipos de procedimentos em tecidos moles. Uma forma leve de hallux varus com 7 a 10 graus de desvio é geralmente flexível e indolor, e normalmente não necessita de medidas corretivas.3 Formas mais graves podem requerer qualquer coisa, desde a liberação de partes moles até uma osteotomia reversa. Libertação de tecidos moles. Se os cirurgiões apertarem acidentalmente demais as estruturas capsulares mediais, tudo o que pode ser necessário é uma liberação desses tecidos e uma aproximação mais frouxa. Existem múltiplas formas de realizar isto com várias estruturas tendinosas possíveis. O objetivo da transferência tendinosa é realocar o tendão para uma área que produza o efeito oposto e reduza o varo do hallux. Existem vários tipos de transferências tendinosas. – Transferência do tendão do hálux raptor. A deformidade ideal para o uso deste tipo de transferência é aquela em que há pouca ou nenhuma deformidade metatarsiana e o desvio medial do hálux é inferior a 30 graus.4 Transfere-se o tendão para o aspecto lateral da base da falange proximal para puxar o dedo do pé para neutro ou leve abdução.- Transferência extensora do hálux longus. A idéia desta transferência é direcionar o extensor alucinógeno longo, uma força deformadora importante, para o lado lateral do dedo do pé.1,5 Um procedimento adjunto necessário nesta transferência é fundir a articulação interfalângica do hálux para evitar uma deformidade do tipo martelo. Pode-se pegar o tendão inteiro ou a metade. Este procedimento é eficaz em 80 por cento dos pacientes.1,5 – Transferência de alucinações breves do extensor. A diferença entre esta transferência e o extensor alucis longo é que este age mais como uma restrição estática das forças deformadoras enquanto o extensor alucis longo é mais uma restrição dinâmica.6 Em um estudo de Myerson, usando o extensor alucis curto também reduziu a rigidez na articulação metatarsofalângica que tipicamente ocorre com o extensor alucis curto.6 Procedimentos ósseos. A idéia por trás de qualquer tipo de trabalho ósseo é fazer seus cortes da forma oposta à da cirurgia original. Há várias maneiras de fazer isso. O ponto principal é que as osteotomias são necessárias para uma deformidade rígida em varo.

Em Conclusão

Não há como evitar completamente o varo do hálux. Embora possamos realizar uma cirurgia corretiva do joanete e os passos/ pontas para reduzir o risco de uma deformidade em varo, devemos advertir os pacientes que, como na vida, nada é absoluto. O diagnóstico precoce de um hálux em varo é fundamental para minimizar o tipo de correção necessária. Referências1. Thordarson D. Foot and Ankle, segunda edição. Lippincott, Williams and Wilkins, Philadelphia, 2012. 2. Banks AS, Downey MS, Martin DE, Miller SJ (eds.) McGlamry’s Comprehensive Textbook of Foot and Ankle Surgery, volume 1, primeira edição. Lippincott, Williams and Wilkins, Philadelphia, 2001. 3. Coughlin MJ, Mann RA, Satlzman CL (eds.) Surgery of the Foot and Ankle, volume 1, oitava edição. Mosby, Philadelphia, 2007. 4. Allen PG, Schon L. Hallux varus: correção com a transferência do tendão alucinógeno abdutor e inserção do botão de sutura. Techniques Foot Ankle Surg. 2009; 8(4):194-99. 5. Johnson KA, Spiegl PV. Transferência extensora de alucinações longas para deformidade do varo do hálux. J Bone Joint Surg. 1984; 66A(5):681-6. 6. Myerson MS, Komenda GA. Resultados da correcção do hálux varus usando um extensor alucis brevis tenodesis. Foot Ankle Int. 1996; 17(1):21-27.

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